Associamos a capacidade de inovação empresarial a grandes departamentos de I+D com investimentos milionários das grandes corporações. Sem embargo, a criatividade é uma característica inerente aos profissionais, não ao seu capital. Debaixo esta premissa surge o conceito de inovação frugal.
Esta nova metodologia dos processos criativos explora o engenho do capital humano quando os recursos são escassos. Mas, em que consiste a inovação frugal? Descubra o seu conceito, características e exemplos deste novo modelo.
Innovación frugal: cuando el dinero no da la creatividad

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O que é a inovação frugal?

O conceito deve-se a Navi Radjou, autor de Jugaad Innovation: think frugal, be flexible, generate breakthrough growth e um dos maiores impulsionadores da inovação frugal. Segundo realça o especialista na conferência Ted Resolução de problemas de forma criativa ante limites extremos, “a inovação frugal é a capacidade de criar mais valor económico e social usando menos recursos”.
Trata-se de fazer mais com menos, respondendo ao refrão popular de que “a fome aguça o engenho”. Assim, Novagroup define-a como “um tipo de inovação que se centra no essencial, uma inovação baseada no desenvolvimento de novos produtos e serviços, com restrições de recursos e num contexto de certa urgência que obtém, portanto, produtos a preços ajustados”. Como consequência deste uso exclusivo dos recursos imprescindíveis, a inovação frugal também gera um menor impacto no ambiente.
Esta metodologia surge em países emergentes e em via de desenvolvimento, China, Índia ou Peru, como resposta à necessidade de gerar novos produtos e dar resposta às necessidades da sociedade a partir de recursos mínimos. De facto, o termo frugal provem da palavra hindi ‘Jugaad’, que significa solução improvisada ou inteligente ante uma adversidade. “A rua é o laboratório”, enfatiza Radjou.

Quais são as características deste tipo de inovação?

Para falar de inovação frugal, o processo criativo deve seguir uma série de orientações:

  • Primazia do engenho sobre o capital: neste modelo inovador, o elemento chave é a capacidade de encontrar soluções engenhosas para problemas existentes com os mínimos recursos possíveis.
  • Enfoque no cliente: a inovação frugal nasce para dar resposta a um problema concreto ou uma necessidade da sociedade.
  • Criação de valor: o objetivo último destas iniciativas é aportar valor na sua envolvente, e não aumentar as receitas da companhia; ainda que não sejam produtos ou serviços ‘perfeitos’ – inclusivamente sendo muito rudimentares em muitos casos – melhoram a vida dos usuários.
  • Agilidade: outro dos atributos deste tipo de inovação é a velocidade com a que se põe em marcha, sem necessitar de anos de investigaçã0 como ocorre nalgumas grandes companhias.
  • Colaboração: na inovação frugal fomenta-se o trabalho colaborativo ( em equipa), onde distintos profissionais ou entidades se unem para somar capacidades e desenvolver o produto final, face ao tradicional hermetismo das empresas ocidentais.
  • Preços acessíveis: dado que o detonante é satisfazer necessidades reais, os produtos ou serviços gerados oferecem-se por preços muito económicos e acessíveis para todos os públicos.

Exemplos de inovação frugal

Um dos exemplos mais representativos da também chamada inovação inversa é o veículo Tata Nano, um automóvel que custa à volta de 2.200 euros, especialmente desenhado para famílias da Índia com baixas receitas.
Bicicletas que carregam os telemóveis ou tornam potável a água em África, um cartaz publicitário que absorve a humidade e la converte em água potável em Lima (Peru), o o Raspberry Pi Zero, um computador com um preço de venda de 5 dólares para permitir o acesso tecnológico de todo o mundo, são alguns casos de inovação frugal. Em Espanha também encontramos iniciativas ‘jugaad’, como a cadeira de rodas criada por Handiwheel, um veículo com autonomia pessoal mediante a adesão de uma scooter elétrica.
Ora bem, ainda que a inovação frugal tenha maior presença em países em desenvolvimento ou em pequenas e médias empresas com orçamentos modestos, também há grandes empresas do Ocidente que se juntaram a esta nova forma de conceber a criatividade. É o caso da Danone, que criou uma pequena fábrica no Bangladesh para fazer um produto de alta qualidade. Para além de ter umas instalações que representam só 10% em comparação às suas habituais fábricas, nesta unidade realiza-se a produção de forma manual, para aportar emprego e riqueza dentro das comunidades locais.
 
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