Recentemente estávamos a trabalhar para uma multinacional e encontramos uma dificuldade: não poder planificar reuniões com os diretores de Amesterdão, porque se encontravam de férias. Nos perguntamos: como é possível que sejam eficientes no seu trabalho?, como geriam o seu tempo?. O nosso espanto aumentou quando a Vice-presidente de RR. HH. nos disse: “Estou segura de que, devido ao descanso, os nossos executivos europeus são mais eficientes nos seus dias de trabalho que os de EE.UU., que, provavelmente, se cansam mais”.

Esta situação gerou nos algumas dúvidas, que promoveram a seguinte investigação. Os executivos europeus têm mais dias de férias do que os seus homólogos de EE. UU., nesse seguimento fizemos dois grupos, um de controle e outro experimental. (Sabemos que a relação não é perfeita, já que existem outras diferenças culturais entre os países, mas parecia uma aproximação razoável).

¿Somos más productivos cuando tenemos más tiempo libre?
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Entrevistamos 2310 diretores; selecionamos os dados dos diretores com maior índice de férias pagas (247 diretores) e os comparamos com os entrevistados de EE. UU. (1151). A amostra dos países com mais férias, iam desde Austrália, com 28 dias, até Suécia e Brasil, com 41 dias. Pelo contrário, em EE. UU. não existe lei que obrigue a ter dias de férias pagas; o trabalhador médio com um ano de serviço, recebe 10 dias de férias pagas.

Com o objetivo de medir o impacto que tem a diferença no tempo de férias, sobre as atitudes para a produtividade, perguntamos aos entrevistados acerca das suas preferências para trabalhar a ritmo rápido ou lento. Somos conscientes que a amostra desta investigação não era muito grande, mas quando comparamos as diferenças entre ambos os grupos em relação à velocidade, ao foco sobre a quantidade e à impaciência, encontramos alguns resultados interessantes.

Em primeiro lugar, os líderes dos países com mais dias de férias, parece o mais provável, tendem a trabalhar mais rápido, com maior foco na quantidade e sentem se mais impacientes para alcançar os objetivos.

Em segundo lugar, perguntou se aos entrevistados o seu grau de compromisso com a afirmação: “Se eu fosse capaz de me mover mais rápido, chegaria a ser mais eficiente”. Os entrevistados dos países com mais férias responderam mais positivamente que os de EE. UU.

A interpretação conjunta de ambos os resultados leva nos à conclusão de que ter mais férias não tem efeitos nocivos sobre a produtividade. De fato, parece que um maior tempo de férias ajuda os empregados a compreender melhor a importância de ser impaciente (ímpeto, motivação para a realização) pelos resultados, e alcançá-los tanto quanto seja possível. Estava certa a nossa Vpdte. de RR. HH. holandesa? É o “repouso e descanso do guerreiro” o que proporciona aos-beneficiários-com-mais-férias um maior foco para a quantidade e para a velocidade (ritmo rápido).

A nossa investigação não é conclusiva e, entretanto, a resposta é “não”.

Em terceiro lugar, perguntou se aos entrevistados “se, no geral, se sentiam sobrecarregados e com muitas coisas por fazer”  ou “se, normalmente, tinham as coisas sobre controlo”.  26% dos de “mais férias” se sentiam mais sobrecarregados, em relação a 23% dos estadounidenses. A diferença não é estatisticamente significativa, mas esta resposta, unida às anteriores, nos permite uma possível interpretação: o trabalho acumula se durante as férias; em consequência, é necessário um esforço extra na gestão do tempo. Antes, para planificar, deixando previstas possíveis incidências, e depois, para por-se em dia.

CONCLUSÃO:

Todos os dados anteriormente expostos mostram, aparentemente, que os empregados dos países com mais férias apresentam uma tendência para executar uma grande quantidade de trabalho e moverem-se a um ritmo mais rápido (velocidade). No nosso estudo, ter mais férias não reduz o stress, mas consegue se uma maior produtividade. Em outras palavras, ter um descanso não refrescará o seu cérebro, mas lhe permitirá fazer mais coisas; simplesmente, passará menos tempo no trabalho e, desta maneira, perderá menos o tempo.

 
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Julián Mesa

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