Habilidades interpessoais de candidatos: porquê e como avaliá-las

Uma empresa funciona como una máquina composta por uma multiplicidade de peças onde cada trabalhador representa um desses elementos, e para obter um resultado óptimo, é necessário que cada membro da equipa desenvolva a sua função em perfeita sintonia com os empregados com os quais interage.

Segundo explica J. Fernandez no seu livro Relações Interpessoais, “trabalhar num ambiente laboral óptimo é sumamente importante para os empregados, já que um ambiente saudável incide diretamente no desempenho e no seu bem-estar emocional”. De fato, segundo o relatório de Gallup State of the American Workplace, os trabalhadores que contam com um melhor amigo no seu trabalho têm sete vezes mais probabilidades de desenvolver as suas tarefas com motivação.

Daí que as habilidades interpessoais dos distintos colaboradores formem parte dos pilares fundamentais do capital humano, junto com as capacidades técnicas e a inteligência emocional.

Estes aspectos também devem ser tidos em conta pelos responsáveis de Recursos Humanos no momento de seleccionar os candidatos mais idóneos para a organização, pois uma estrutura onde existam laços interpessoais contribui notavelmente para o bom funcionamento da empresa.

Como sustem o catedrático Camilo Cruz, “o êxito que se experimenta na vida depende em grande parte da maneira como nos relacionamos com as outras pessoas”. Quer consegui lo? Convidámos-o a continuar a ler este artigo.

Definição das habilidades interpessoais.
Quais são as habilidades interpessoais?
Testes de avaliação das habilidades interpessoais.

Definição das habilidades interpessoais

As habilidades interpessoais são definidas por Praxis Consultores como “um conjunto de destrezas que nos permitem relacionar-mo-nos e estabelecer vínculos estáveis e efectivos com todo o tipo e nível de pessoas, assim como com grupos”.

Trata-se de um âmbito de extrema complexidade devido à diversidade das equipas, já que, como apontam Liliana Del Ángel Cortes, Angélica Aparício e Carlos Martínez em O impacto das relações interpessoais para o alcance de objetivos organizacionais, “a capacidade de relacionar-se de cada indivíduo está estreitamente relacionada em princípio com a formação integral de cada pessoa e as suas necessidades segundo a escala de necessidades de Maslow”.

Quais são as habilidades interpessoais?

No momento de avaliar os aspirantes de um processo de seleção, os departamentos de Recursos Humanos necessitam conhecer quais são os elementos que formam as habilidades interpessoais dos profissionais.

Neste sentido, deve-se ter em conta diferentes características do candidato em função das necessidades do posto e a cultura e valores organizacionais, entre as quais se destacam:

Honestidade.
Comunicação.
Respeito.
Cortesia.
Ética.
Compaixão.
Compreensão.
Empatia.
Colaboração.
Sinceridade.
Trabalho em equipa.
Gestão de conflitos.
Generosidade.

Testes de avaliação das habilidades interpessoais

Para avaliar estas habilidades interpessoais durante o processo de recrutamento existem numerosas ferramentas, como os testes psicotécnicos desenvolvidos por diversos autores ao longo da história. Se se usam correctamente e são interpretados por especialistas, os seus resultados podem ser reveladores em relação aos avaliados.

Dentro destes instrumentos, destacamos três dos mais reputados, usados pelo Grupo P&A nos seus processos de seleção e avaliação de pessoal:

Teste DISC

A partir de um questionário formado por 24 perguntas, a empresa pode conhecer as habilidades pessoais dos candidatos relativas a quatro blocos de atitudes que dão o nome ao teste:

Nível de Decisão, isto é, a capacidade de resposta perante metas e desafios. Refere-se à habilidade para desenvolver uma visão global de qualquer assunto, aceitar os desafios e ter um enfoque orientado para o objetivo.
Nível de Interacção, vinculado para o relacionamento com outras pessoas e a sua influência com os demais. Quando este aspecto é alto, os profissionais reflectem entusiasmo e optimismo, gostam de trabalhar em grupo e participar em qualquer atividade.
Nível de Serenidade, sobre a resposta que dão às mudanças. Os perfis serenos são sinceros e metódicos, evitando atuar de forma precipitada, e enfrentar o trabalho com uma atitude calma e assertiva.
Nível de Cumprimento, relativo à atitude do entrevistado respeita a normas e procedimentos estabelecidos. Estes profissionais procuram a qualidade e a perfeição no seu desempenho, baseiam se em razões lógicas e objetivos e analisam todos os detalhes para evitar erros.

Deste modo, os responsáveis de Recursos Humanos poderão descobrir a personalidade de cada profissional e decidir a sua adaptação a cada posto. Por exemplo, aqueles aspirantes com um alto nível de decisão serão adequados para cargos superiores, enquanto que os que mostram uma atitude serena perante os imprevistos serão ideais para postos de prestação de serviços.

Profiles International

Este teste de habilidades interpessoais aprofunda, os parâmetros estabelecidos pelas investigações científicas, e, três dimensões dos profissionais:

O estilo de pensamento: responde à pergunta de se o candidato poderá enfrentar as necessidades de aprendizagem, avaliando as suas aptidões verbais, a sua capacidade e raciocínio numérico e a seu índice de aprendizagem.
Os traços comportamentais: revela se o aspirante se encontrará seguro no seu posto de trabalho e se encaixará na empresa, incluindo a avaliação de habilidades como a energia, independência, assertividade, determinação, objetividade, capacidade de adaptação, sociabilidade ou maneabilidade.
Os interesses: analisa se o profissional se sentirá motivado ao incorporar o seu emprego, se verá satisfeitas as suas aspirações e expectativas no posto em concreto.

Assim, após a sua realização, a companhia conhecerá quais são os candidatos que melhor se adaptam tanto ao posto oferecido como à organização.

Teste de liderança de Zenger&Folkman

Focado nos directores, a avaliação 360º, criada pela consultora internacional Zenger&Folkman após anos de investigação na qual já participaram 50.000 altos cargos, permite medir o grau de desenvolvimento das 16 competências chave que constituem a liderança extraordinária.

Para obter uma radiografia da personalidade e habilidades dos líderes, esta ferramenta submete os directores a uma avaliação global, na qual participam tanto os seus pares, superiores e empregados, como eles mesmos. Após pontuar as competências do profissional em cada uma das 16 áreas de liderança, o avaliado e a empresa conhecem quais são as suas fortalezas e debilidades no momento, por exemplo uma promoção interna e apresentar um plano de desenvolvimento que o converta em um Líder Extraordinário que são os que alcançam os grandes resultados na empresa tanto económicos como de retenção de talento.

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