Oferecer cobertura médica ou realizar sessões de ioga na companhia não situam as empresas dentro das organizações saudáveis. Este modelo empresarial abarca uma nova visão muito mais ampla, onde o bem estar do capital humano se converte num objetivo prioritário. Como assinala Jamie Blevins no seu trabalho Model for a Healthy Work Environment el HWE “foi criado para ajudar a fomentar um ambiente feliz, são, realista e viável”.

Las organizaciones saludables: empleados sanos, empresas exitosas

As companhias são conscientes hoje mais do que nunca da importância de cuidar dos seus trabalhadores para superar as altas exigências e a frenética mudança do mercado. O êxito empresarial depende, em grande medida, de que o seu pessoal se encontre motivado, implicado e psicologicamente são. Daí que os departamentos de Recursos Humanos e a Direção devam apostar em pôr em prática políticas que propiciem a criação de ambientes saudáveis.

Surge assim uma nova forma de entender os espaços de trabalho: as organizações saudáveis, diante das companhias tóxicas, caracterizadas por serem “altamente insensíveis”, de acordo com Peter J Frost, autor de Emoções Tóxicas no Trabalho.

Guia livre Liderança Extraordinaria: Como influi no rendimiento da organização

Conceito de organizações saudáveis

Estas companhias são definidas pela catedrática de Psicologia Social da Universidade Jaume e diretora de WONT Prevenção Psico-social, Marina Salanova, no seu artigo Organizações saudáveis, organizações resilientes como “aquelas que realizam esforços sistemáticos, planificados e pro-ativos para melhorar a saúde dos empregados mediante boas práticas relacionadas com a melhoria das tarefas (por exemplo, com o desenho e redesenho de postos), o ambiente social (canais de comunicação aberta, por exemplo) e a organização (estratégias de conciliação trabalho/vida privada)”.

Por sua parte, Mark G. Wilson, David M. Dejoy, Robert J. Vandenberg, Hettie A. Richardson y Allison L. Mcgrath, em Work characteristics and employee health and well-being: Test of a model of healthy work organization as descrevem como “aquelas organizações caracterizadas por investir esforços de colaboração, sistemáticos e intencionais para maximizar o bem estar dos empregados e a produtividade, mediante a geração de postos bem desenhados e significativos, de ambientes sociais de apoio, e finalmente mediante as oportunidades equitativas e acessíveis para o desenvolvimento da carreira e do balanço trabalho-vida privada”.

Portanto, as organizações saudáveis não se limitam a satisfazer as necessidades básicas dos trabalhadores em temas de saúde, mas incorporam um foco integral também em novos aspetos relativos ao bem estar laboral, como o stress, a saúde emocional, as relações interpessoais…

Como consequência, no modelo das organizações saudáveis, não só os trabalhadores saem beneficiados pelas políticas empresariais, mas esta perspetiva de management também afeta positivamente os resultados das companhias. Assim, um maior bem estar do capital humano se traduz na melhoria da retenção e atração do talento, uma melhor gestão de custos e otimização da poupança, um crescimento da produtividade gerado pela motivação do pessoal, a criação de uma imagem e reputação mais positiva e o fortalecimento da resiliência organizacional que permite enfrentar a crise desde uma posição mais vantajosa.

Características do modelo saudável

Assim, para que uma empresa possa ser concebida dentro das organizações saudáveis, deve reunir as seguintes características, recompiladas por Salanova:

  • A saúde tem um valor estratégico na organização.
  • A saúde dos empregados é um fim por si mesmo, e não um meio para alcançar outro fim.
  • Conseguem um ambiente físico de trabalho são e seguro, com menos acidentes laborais.
  • Desenvolvem por sua vez um ambiente social de trabalho inspirador para os empregados, onde trabalham satisfeitos com os companheiros e com os seus chefes.
  • Fazem com que os empregados se sintam vitais e enérgicos, motivados e fortemente implicados no seu trabalho.
  • Obtêm produtos e serviços saudáveis, oferecem qualidade excelente nos seus produtos e serviços.
  • Estabelecem boas relações com o ambiente organizacional, com uma imagem positiva da organização na sua envolvente, com responsabilidade social corporativa.

Práticas das organizações saudáveis

Conhecido o conceito e as características das organizações saudáveis, como se materializam estes objetivos nas práticas reais?

Neste sentido, Salanova, no seu trabalho Organizações Saudáveis: Uma aproximação desde a Psicologia Positiva, aponta os seguintes tipos de recursos com que contam as companhias para melhorar o bem estar do capital humano:

  1. Os recursos estruturais: relativos ao ambiente físico ou estrutural, distinguidos por sua vez entre:
    1. Recursos de tarefa: são aquelas medidas mais próximas ao trabalhador para fomentar a conexão do profissional com o seu trabalho. Trata-se daquelas políticas encaminhadas para melhorar a claridade, autonomia, a informação ou o feedback. Alguns exemplos destes recursos seria ajustar as tarefas às competências do pessoal ou à implantação de novos canais de retroalimentação.
    2. Recursos de organização: estão dirigidas para propiciar o vínculo entre o empregado e a empresa e se baseiam em ideias como a cultura e valores organizacionais, a liderança ou os objetivos para criar sentimento de pertença, lealdade e compromisso. A nível prático, integrariam este subgrupo as medidas de capacitação, as políticas de emprego estável ou os programas de conciliação familiar.
  2. Os recursos sociais: se referem ao contexto social do trabalho, ou seja, as relações interpessoais com colegas, superiores e clientes. Algumas estratégias concretas deste tipo seria fomentar culturas de qualidade na atenção ao consumidor ou potenciar estilos de liderança mais inspiradores.


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