55% dos trabalhadores sente que trabalha em excesso e 45% apresenta sintomas de stress no seu posto de trabalho, segundo o relatório Resilience Delivers: How and Why, de The Resilience Institut. No entanto, estes números podem melhorar notavelmente se as empresas potenciarem a resiliência dos empregados nos seus postos de trabalho.
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Ao falarmos de bem estar laboral, é habitual que só pensemos nos fatores físicos do mesmo, mas a parte psicológica tem tanta ou mais influência no rendimento das organizações. De facto, segundo o Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), 60% das baixas laborais na Europa são por stress.
Dados estes que não passam despercebidos às empresas, que já começam a incorporar programas centrados no desenvolvimento da capacidade de resiliência dos empregados como via para reforçar a saúde mental do capital humano. Assim, segundo um estudo realizado pelo departamento de Recursos Humanos de Conduent, 22% das empresas já dispõem deste tipo de iniciativas e 28% prevê implantá-las em breve.
O que é a resiliência?
O termo resiliência tem a sua origem no campo da Física, onde faz referência à capacidade que um “corpo” tem de recuperar a sua forma original depois de um impacto ou deformação.
Foi Michael Rutter , autor de Resilience: Some conceptual considerations, quem introduziu este conceito na Psicologia, definindo-o como “um conjunto de processos sociais e intra-psíquicos que possibilitam ter uma vida sã num meio insano”.
Pelo seu lado, Edith H. Grotberg concebe a resiliência, no seu trabalho Resilience programs for children in disaster, como “a capacidade humana para enfrentar, sobrepor se, e ser fortalecido ou transformado por experiências de adversidade“, enquanto que Suniya S. Luthard, em The Construct of Resilience: A Critical Evaluation and Guidelines for Future Work, a define como um “processo dinâmico que tem como resultado a adaptação positiva em contextos de grande adversidade” (Luthard, 2000).
Trata se, portanto, da capacidade que as pessoas têm para superar os problemas que inexoravelmente surgem ao longo da vida, e até mesmo saírem reforçadas deles.
Porque é importante o ambiente de trabalho?
Com um ritmo laboral cada vez mais frenético e num ambiente de incertezas e constantes mudanças, os profissionais têm que fazer frente, hoje mais do que nunca, a dias stressantes, problemas, imprevistos, novidades… A forma de enfrentar este cenário vai depender da resiliência dos empregados. De certeza que conhecemos colegas que perante uma situação de crise são capazes de agarrar as rédeas e encontrar uma solução sem perder os nervos, enquanto que outros bloqueiam e são presas do pânico quando os tiram da sua zona de conforto.
Assim, segundo o relatório de The Resilience Institute, uma alta resiliência dos empregados tem alto impacto em vinte indicadores de bem-estar e rendimento dos trabalhadores. Em termos gerais, os benefícios da resiliência no ambiente laboral estendem-se aos seguintes aspetos:
- Melhor saúde mental. As pessoas resilientes possuem uma melhor gestão emocional e são capazes de relaxar e manter a concentração em momentos de tensão, oferecendo uma abordagem positiva dos problemas.
- Melhor saúde física. Este bem-estar emocional implica uma potenciação do estado físico dos profissionais, ajudando a reforçar o sistema imunitário dos trabalhadores resilientes, o que evita que sofram baixas laborais.
- Melhor gestão do stress. Não é que não se apercebam do stress, mas a resiliência dos empregados permite lhes utilizar estes cenários de forma competente.
- Mais crescimento pessoal. Ao saberem adaptar-se às exigências do momento, as pessoas resilientes são mais flexíveis e estão abertas a aprender novas competências e a assumir novas metas, ou seja, a sair da sua zona de conforto, o que beneficia o potencial inovador e criativo da sua empresa.
- Maior ligação com os outros. A sua alta gestão emocional transforma-os em pessoas assertivas e empáticas, influenciando na criação de climas de trabalho positivos.
Como potenciar a resiliência dos empregados?
Segundo Alan Kohll, fundador e presidente de TotalWellness, as empresas podem instigar a resiliência dos empregados a partir das seguintes práticas:
- Desenvolver a resiliência ao nível da liderança. As empresas devem dar o exemplo e procurar que os líderes sejam os primeiros a mostrar um comportamento resiliente.
- Promover um sentido de propósito. Quando os trabalhadores encontram um significado no que fazem, demonstram mais compromisso e, portanto, são capazes de superar obstáculos para conseguir atingir as suas metas.
- Capacitar os trabalhadores. Os profissionais que sentem que têm controlo sobre o seu trabalho serão mais resistentes aos problemas, ao estarem mais orgulhosos da sua função na empresa.
- Gestão da mudança. As circunstâncias vão mudando, queira ou não a empresa, pelo que é importante desenvolver uma cultura organizacional onde a mudança seja entendida como um desafio, em vez de um conflito.
- Promover as relações pessoais. Criar laços interpessoais sólidos melhora a resiliência dos empregados, ao dispor de mais apoios em épocas complexas.
- Vigiar os níveis de stress. A organização deve implementar mecanismos que monitorizem os níveis de stress individual e de grupo da organização, para poder abordar soluções nas primeiras fases.
- Valorizar o sentido de humor. As pessoas resilientes são capazes de se rirem em situações de crise. Por isso, os diretores não devem repreender esta atitude.
- Incentivar a segurança em si próprios. Mediante o reconhecimento do sucesso dos trabalhadores, os líderes reforçam a autoestima e autoconfiança dos empregados, transformando-os em pessoas mais resilientes.
- Facilitar a formação. A aprendizagem de novas competências e capacidades é, sem dúvida, um bom mecanismo para aumentar a resiliência dos empregados, que estarão mais preparados para novos desafios.
- Promover a capacidade de adaptação. Quando os profissionais trabalham num cenário onde desmoronar-se não é uma opção, tenderão a buscar soluções criativas e inovadoras com as quais superará os problemas.
- Reforçar o trabalho em equipa. Ao pôr em comum as diferentes capacidades do grupo de trabalho, a empresa está aumentando as suas possibilidades de resolver situações difíceis.
- Implementar hábitos saudáveis. Um bom estado de saúde física e mental é um excelente terreno de cultivo da resiliência no trabalho.
No Grupo P&A dispomos de um amplo catálogo de formação especialmente desenhado para que as empresas possam contar com profissionais de alto rendimento, capazes de enfrentar as mudanças e superar os obstáculos do mercado.
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